A implantação foi pensada de modo que os setores fossem dispostos de forma fragmentada ao longo do terreno. A entrada principal se dá pelo prédio de Música de onde se desenvolvem as demais instalações, que circundam a praça central e por sua vez o Igarapé dos Franceses.

Os frequentadores podem optar também por acessar as áreas de interesse do Centro de Artes por meio da praça central, através da passarela que liga os dois extremos do projeto.

Há uma rua de serviços com área de carga e descarga próxima dos cafés/lanchonetes e uma entrada para funcionários. Os estacionamentos foram dispostos nas ruas laterais para que não atrapalhassem o fluxo intenso de carros na rua principal.

A presença de natureza passa a sensação de imersão das construções no terreno, de forma que não haja atrito entre os prédios e o verde pré-existente, fazendo com que o projeto se adeque ao terreno e não o contrário.

As praças centrais foram pensadas para que suavizassem a inserção do Centro de Artes na cidade de Manaus, de forma que fossem áreas doadas à população.

As praças seguindo as curvas de nível se comportam quase como escadas, onde cada uma está em um nível e se comunica com a praça do nível seguinte, até encontrar o passeio que acompanha a topografia original. São 3 níveis: Praças 1 – no nível da calçada (34,5m), Praças 2 (34m) e Praças 3 (32m).

São áreas onde as pessoas podem contemplar a natureza, descansar, se apresentar aproveitando a ambiência, ou mesmo utilizar de ligação para acessar os prédios, que tem a entrada restringida por catracas. Dessa forma, os alunos podem ingressar nos seus setores por meio das praças e não somente pela entrada principal.

Foram feitos então estudos de manchas, evoluídos para análises da forma dos prédios, de acordo com a distribuição do Programa de Necessidades diferenciados em cada um dos prédios, que possuem características próprias.

O Prédio de Música, considerado o principal, possui uma estética única, com sua cobertura escamada, onde o partido foi o movimento abstrato causado pela música. Possui dois andares, onde as salas de música foram distribuídas. Também possui biblioteca braile, instrumentotecas, depósitos e uma lanchonete, esta última localizada em uma "floresta interna", separada da mata fechada por rampas, criando um ambiente lúdico.

O Prédio Núcleo é assim chamado pois possui o auditório principal para 120 pessoas, onde as apresentações dos alunos irão ocorrer, convergindo todo o público para si. Possui também uma cafeteria com área de convivência, onde as pessoas podem se esperar os eventos e se relacionar com o ambiente.

O Prédio de Dança é bastante funcional, possuindo dois andares onde salas de dança de 100 m² estão distribuídas formalmente. Seu diferencial se dá pelo uso de cobogós nas fachadas e portas duplas de correr, possibilitando a ventilação cruzada entre as paredes norte e sul, já que as outras possuem espelhos característicos de salas de dança. 

O deslocamento entre o térreo e o primeiro andar é feito por rampas adequadas à portadores de necessidades especiais, incluindo a mata no seu entremeio.

O Prédio de Artes é bastante funcional, contendo salas de desenho com possibilidade para 15 pranchetas de desenho simultaneamente. Possui todas as paredes preenchidas por cobogós e paineis de madeira móveis, que podem ser deslocados abrindo totalmente as paredes ou apenas permitindo a ventilação cruzada.

O Prédio Administrativo é o mais formal possível, onde as salas são distribuídas de forma a se integrarem ao ambiente no qual a construção está inserida, com uma linguagem fragmentada. A passarela central cumpre seu papel interligando as salas de forma mais prática.

O Prédio de Teatro foi bastante desafiador, onde buscou-se evitar a forma típica de um auditório, principalmente porque nessa unidade tem-se três salas de teatro, sendo duas com 100 assentos para o público e demais acomodações e uma terceira com um estilo especial. Há uma grande área de convivência, que pode ser usada também para apresentações mais informais. 

O fechamento desse prédio se dá pela grande parede curva com um misto de cobogós, pilares e a própria vegetação típica do terreno. Um toque especial foi dado à parede dos fundos dos palcos, que é inteiramente em vidro, fazendo com que ao mesmo tempo em que o público aprecia uma apresentação, note também e contemple a natureza no qual está inserido.